segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

José do Patrocínio e a honestidade



Biografia de José do Patrocínio
José do Patrocínio (1853-1905) foi um político, jornalista e escritor brasileiro. Participou ativamente dos movimentos abolicionistas. Publicou alguns manifestos apoiando a instalação da República. Fundou a cadeira nº 21 da Academia Brasileira de Letras.
José do Patrocínio (1853-1905) nasceu em Campos, Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro. Filho do Cônego João Carlos Monteiro, vigário de Campos, e da escrava Justina Maria. Com permissão do pai foi para a capital, onde começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia. Em 1868, com a ajuda do professor João Pedro de Aquino, entra para Faculdade de Medicina, como aluno do curso de farmácia. Forma-se em 1874 e para sobreviver passa a lecionar.
Em 1875, lança um quinzenário satírico, Os Ferrões, que logo foi extinto. Em julho de 1876, escreve um poema, com doze estrofes, dirigido à princesa Isabel, que foi publicado no periódico O Mequetrefe. No ano seguinte, pelas mãos de Ferreira de Araújo, entra para a Gazeta de Notícias. Em 1879 casa-se com a aluna Maria Henriqueta.
Com a ajuda do sogro, compra a Gazeta da Tarde, que torna-se o local onde se articulavam todos os movimentos contra a escravidão. Em 1880, ocupa a tribuna do Teatro São Luiz, para atacar o regime escravagista. Criou a Confederação Abolicionista, que se tornou uma força reconhecida pelos políticos.
Em 1885 morre sua mãe, sem que tivesse chegado o dia da liberdade para os escravos. Em 1886 Patrocínio se candidata à Câmara Municipal. Nesse período escreve três romances, "Mota Coqueiro", "Os Retirantes" e "Pedro Espanhol". Foi eleito para a Câmara com grande votação. Em 1887 deixa a Gazeta da Tarde e funda o jornal "A Cidade do Rio".
José do Patrocínio participa ativamente da campanha abolicionista, que chega ao ápice, no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura, pela Princesa Isabel, da lei Áurea. Chega ao fim sua luta de dez anos. Patrocínio manteve-se ligado à Princesa, recusando a adesão aos republicanos. Os amigos da Confederação abolicionista afastaram-se dele. O jornal A Cidade do Rio perdia sua importância.
Na manhã de 15 de novembro, a insurreição chefiada por Deodoro da Fonseca era vitoriosa. Patrocínio, antigo
José Carlos do Patrocínio faleceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto de 1905.
 orador, vê o povo voltar-se contra ele. Ele cede, discursa apoiando a República. No dia 6 de abril divulga um manifesto, em seu jornal, dirigido ao presidente, escrito por generais e almirantes. Floriano decreta estado de sítio e manda prender José do Patrocínio, Olavo Bilac, entre outros. Patrocínio é confinado em Cucí, às margens do Rio Negro.
Um ano depois é solto e volta ao Rio de Janeiro. No dia 6 de setembro de 1893 a Marinha rebela-se contra o Presidente Floriano, era a Revolta da Armada. Patrocínio publica um manifesto dos almirantes revoltosos. Floriano manda fechar o jornal, é o fim de sua carreira de jornalista. Em 1895 o jornal reabre mas em 1902 deixa definitivamente de circular.